9 de maio de 2011

Nem sempre a lápis (161)


Vi o céu incendiado pela trovoada que terá arrefecido no mar, apoiado na sachola. O branco da igreja escorregava pela colina até cegar. Podei as velhas buganvílias e os rebentos do caule da romãzeira; é árvore, não a plantei para ser arbusto. Apanhei as primeiras nêsperas e vi, pela primeira vez, os cachos da glicínia. Os figos aguentaram o mau tempo da semana da Páscoa; só um desistiu. Acabei a sepultura do Pompy com a planta germinada das sementes apanhadas na praceta, donde ele foi. Montei a mesa no atelier e julguei ter encontrado uma posição. Depois, pôs-se a hora do lobo; choveu não me lembro onde, nem porquê.

2 comentários:

Hugo Milhanas Machado disse...

[ver ver a tarde a escrever]

fallorca disse...

A tarde cai sobre a escrita