2 de junho de 2012

Nem sempre a lápis (285)




7. O cavalheiro é um incondicional desta luz que dorme com os pés apontados para Sul. Adivinhou-a durante a viagem, vindo de um extremo para o outro, onde chegou à noite e iluminado pela memória dos nomes.
Ocupou diferentes lugares, antes de habitar a casa de ninguém. Viveu em cidades e vilas, viveu na Capital e no campo, viveu em várias praias. Encaixada a estocada da surpresa, instalava-se ou partia. O lugar existia, o faro era escasso. O cavalheiro era de uma reservada simpatia, enquanto coloquial. Consentia que o considerassem na reforma; metáfora a que recorria para iludir a solução final, escorraçado pelos dicionários.
O cavalheiro atravessava uma boa fase; envelhecia sem fazer perguntas para economizar respostas.

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