21 de setembro de 2013

Nem sempre a lápis (395)

Longe do mundo

São casas com telhados de mãos postas na distância. Vibrantes pela cal e a memória vulcânica. Desconhecem a olaria,
as dedadas da tatuagem.
São refúgio de aves e mistérios. Coalho fresco.

O gado dorme à beira da corda e as hortênsias dividem-lhe o açougue. A inevitabilidade.



Emergiram da lava, sob o olhar das aves que demandam a ilha, guiadas pelas constelações do instinto e a geometria da sobrevivência.
O mar arrefeceu-lhes o ímpeto pelas ravinas, onde traçaram caminhos futuros. Fossilizaram solidões.

Refém das armadilhas deste dialecto,
esqueço os faróis e acendo palavras para me esquecer do mar.
[Longe do mundo; frenesi 2004]

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