«Isto ocorre-me a partir desta observação: nós ainda pintamos os homens sobre fundo dourado, como os primitivos. Detêm-se frente ao indeterminado. Por vezes dourado, por vezes cinza. Às vezes por dentro da luz e, muitas vezes, por trás deles, com uma insondável escuridão.
Percebe-se. Para reconhecer o Homem, há que isolá-lo. Mas, depois de uma longa experiência, é mais justo reintegrar as considerações isoladas e acompanhar com um olhar amadurecido os seus gestos mais amplos.»
[Rainer Maria Rilke, Notas sobre a melodia das coisas; trad. Sandra Filipe, Averno, Janeiro 2011;
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