«Os habitantes desta terra são terrivelmente solitários. Precisariam de botas de sete léguas para chegar de uma aldeia à aldeia vizinha, e o que os separa é o deserto, penhascos, terra devastada. No século XIII, os mongóis desceram das planícies da Ásia e invadiram as cidades persas. Escritores árabes contam que só na cidade fértil d Rages terão matado um milhão de pessoas. Em Darmavand, uma aldeia na montanha, os camponeses refugiaram-se na mesquita, mas de nada lhes serviu, os cavaleiros mongóis correram as ruas e mataram tudo. Encontraram mesmo o Alamut, o castelo do “velho da montanha”, que se esconde num penedo da cordilheira do Elburz, e de onde o ismaelita enviava os seus assassinos, rapazes que mastigavam haxixe, para levar a cabo execuções no deserto, ou em Antioquia, cidade dos cruzados, ou no Egipto. O castelo de Alamut era já uma lenda, só com escadas de corda se podia subir ao rochedo – mas os mongóis encontraram o caminho e arrasaram o castelo.»
[Annemarie Schwarzenbach, Morte na Pérsia; trad. Isabel Castro Silva, Tinta-da-China, Junho 2008;
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2 comentários:
curiosamente, ainda ontem li uma passagem dos "Paraísos Artificiais" (Baudelaire) que se referia a esses assassinos.
Os tais ;)
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