«Uma vez, durante um congresso literário no museu judaico de Eisenstadt, a capital do Burgenland a poucos quilómetros de Viena, um rabino vienense, que participava na nossa discussão, perguntou-me com um vago tom de cautela: “Mas o senhor não é judeu, não é verdade?” Quase não acabara de lhe responder, dizendo-lhe que não o era de facto, e já o rabino se apressava a precisar, com as mãos entendidas para diante, como para desfazer qualquer eventual equívoco ou afastar uma preocupação minha: “Era só uma pergunta…”»
[Claudio Magris, Danúbio; trad. Miguel Serras Pereira, Quetzal, Março 2010]
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