10 de setembro de 2012

Quem abre assim a carta...

«Tenho 82 anos e pouco me restará de vida, o que significa que, a mim, já pouco mal poderá infligir V. Exa. e o algum que me inflija será sempre de curta duração. É aquilo a que costumo chamar “as vantagens do túmulo” ou, se preferir, a coragem que dá a proximidade do túmulo. Tanto o que me dê como o que me tire será sempre de curta duração. Não será, pois, de mim que falo, mesmo quando use, na frase, o “odioso eu”, a que aludia Pascal.»

2 comentários:

Teresa disse...

Quanto de Eugénio Lisboa em cada um de nós?! :(

Obrigada pela partilha. Gostei imenso!!!

Gostava de não ter gostado - significando que não nos tocava a viver o que aí vem - mas soube bem ver alguém alertar fora do "mate-se o gajo", "incendeie-se..." que provoca muito barulho, muito fumo, mas não põe o dedo na ferida.

O homenzinho até pode nem ler mas não pode dizer que ninguém escreveu:

"Mas o sofrimento devastador, que o fundamentalismo ideológico de V. Exa. está desencadear pelo país fora, afecta muito mais do que a fatia dos velhos e reformados. Jovens sem emprego e sem futuro à vista, homens e mulheres de todas as idades e de todos os caminhos da vida — tudo é queimado no altar ideológico onde arde a chama de um dogma cego à fria realidade dos factos e dos resultados"

Abraço.

fallorca disse...

São algumas das lições do Mestre
Abraço, Teresa