1 de outubro de 2013

Nem sempre a lápis (397)

Longe do mundo
 
Vi a terra parada como uma noite de luar. Sem o perfume das raparigas nas eiras,
os leitos de feno e camomila, acoitados na penumbra cúmplice da música.

Depois, julgo que ouço um cavalo
ou sonho, mas o granito já não me defende a memória.

 

A cal ferve sob os azulejos. A roupa dardeja nas varandas, empresta humidade ao vento, e o ferro forjado peneira o entardecer. Aquece as sombras.

As gaivotas refugiam-se nos telhados,
o rio esqueceu-se da foz. Adiou a viagem.

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