9 de outubro de 2013

Nem sempre a lápis (400)

Longe do mundo

Os espelhos já não me devolvem a imagem. O fogo extinguiu-se nas ruínas
e deambulo entre o despertar e o sono. Retoco a insanidade. Adio-me.

Um dia as fotografias ficarão vazias
e as dedicatórias em branco. É tudo quanto me ocupa.



Quando a idade me devolve a luz e o ar, as dedicatórias chocalham no horizonte.
Há medida que os anos passam, sinto as árvores, o ar, cada vez mais inúteis. E as palavras também.

Já tive melhores ilusões para envelhecer.
[Longe do mundo; frenesi 2004]

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