21 de maio de 2012

Nem sempre a lápis (281)




3. A esplanada ficava a dois passos da casa de ninguém. Depois da seriedade dos Correios, seguindo por um passeio; depois de estabelecimentos diferenciados por gaiolas com canários e pintassilgos à porta, seguindo pelo passeio oposto. Comum aos dois, uma rotunda e uma ilha ecológica, superlotada. O recanto da esplanada fazia parte do loteamento e urbanização que foi empurrando a casa de ninguém para a praia, assoreando-a com uma via com quatro faixas de rodagem a ligar um arquipélago de rotundas. A recta rural entre vinhas – interceptada por uma curva de noventa graus (à má fila) que o cavalheiro conheceu na juventude – tinha-se afastado mais do dobro da distância da casa de ninguém até às escadas mais próximas da frente de mar.
Bem vistas as coisas do patamar, era a responsável pela identificação dos comércios: Doce Mar, Mar à Vista, Mar da Palha, entre outros que não ocorriam ao cavalheiro por dá cá aquela palha; digamos assim.

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