«Os textos que eu traduzo são simples. Coisas que a gente desta zona pode compreender. Poemas de René Guy Cadou. Versos de aldeia e não catedrais de palavras. Em Santiago, pelo contrário, a imprensa publica versos monumentais que aludem à antiguidade grega e romana, cinzelados em mármore, e que meditam sobre a eternidade da beleza. Na capital publicam-se em “El Mercúrio” com ilustrações de Paris e de Roma e por baixo do texto, entre parêntesis, indicam o nome do tradutor.
Aqui, na província, a beleza nunca é eterna.
Por vezes, ponho no sobrescrito das traduções um original meu com um pedido ao editor para que considere editá-lo. A sua recusa é muito cortês, visto que não mos recusa nem mos publica.»
[Antonio Skármeta, Un padre lejano (Versão final Outubro 2009); em tradução para a Teorema]
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