29 de abril de 2010

Nem sempre a lápis (14)

Noite de pintura – de cabeça – a que não é alheia a cumplicidade da aguada verde-rifenho do quarto e a proximidade dos toldos enrolados no velho mercado, à espera. Bastava-me um, debotado, curtido pelo Sol, vivida a violência do contraste entre as barras azuis e as da cor natural da lona; reconciliadas. Bastava-me um retalho, para colar como rodapé de um cartão vertical, só. Casa como a palavra; habitada pelas palavras de um texto perdido, pronunciada pelo silêncio. Há tarde, no Sul; e nela tudo se espreguiça, por havê-la.

«Arranca a cabeça da terra do corpo e então, repara bem, que ou estão a arrastar-te para o céu ou então estão a matar-te.» (Rumí)

[Foto retribuída por umas sirigaitas andaluzas que pediram que as fotografasse em pose pascal, sem mais filosofias]

4 comentários:

Cristina Gomes da Silva disse...

Sempre o Sul. Vim de lá ainda agora.

fallorca disse...

E eu conto ir no sábado, fiufiu...

Cristina Gomes da Silva disse...

E eu conto voltar em breve, mas não ao sábado...há demasiada gente

{anita} disse...

vai lá cuidar da cútis que no outro sabado descafézamos na trama... beijinhos :)