23 de abril de 2011

Nem sempre a lápis (154)

Quando cheguei a casa da Nico, pronto a enumerar a prioridade das conclusões memorizadas pelo caminho, ela já tinha as mesmas na ponta da língua, para a troca: a casa a vender não é a de Carnaxide, mas a de Portimão. Admito que possa ser chato, mas já não temos idade para brincar às casinhas. Faz uma brasa do caraças, não me decido entre escrever ao Sol ou esticar-me na sala a olhar para as lombadas, a observar Os Jogos e Os Homens (Roger Caillois), os cães não me largam um segundo, mas não apreciaram muito a ida à praia; estávamos esquecidos. Prevaleceu o bom senso e eu ainda sinto a mordedura do Sol e o diapasão da coluna, quando me atirei à água para afogar quatro épocas sem praia; cu na areia e veleiros no horizonte, demorem-se eles.

2 comentários:

Cristina Torrão disse...

A princesa da foto também não me larga um segundo. E também não gosta muito de modificações na rotina. E ainda dizem que nós é que somos os donos...

fallorca disse...

Uns ditadores, eheh