16 de junho de 2010

À mão de ler (34)

«Entre as muitas imagens que nos afloram à mente sem controlo nos momentos de descontracção, surgia-me a do cartaz que vira na fronteira: "Pena de morte para quem transportar droga." E pensava num jovem, ninguém em particular, um jovem da idade dos meus filhos, que um pouco por curiosidade e um pouco por brincadeira se aproxima das drogas e é apanhado na armadilha, que na Malásia o leva direito à forca.
No Laos e no Camboja a ganja, isto é, a marijuana, é uma erva que se compra no mercado porque é um ingrediente da sopa local, como é para nós a salsa. Por uma despesa pequena dão-nos um raminho, da mesma forma que na nossa terra nos oferecem as ervas de cheiro quando vamos comprar as hortaliças. Mas em Penang um simples pedacinho dessa mesma erva é o bastante para sermos condenados à morte! Quantos jovens, às vezes sem o saberem, têm corrido esse risco, ao viajarem da Indochina para Singapura levando alguns cigarros de marijuama misturados com os Marlboro!.»
[Tiziano Terzani, Disse-me Um Adivinho; trad. Margarida Periquito, Tinta-da-China, Novembro 2009]

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