22 de junho de 2010

Nem sempre a lápis (45)

Alimento as mais promissoras expectativas de amanhã dormir em Bolonia, bem jantado com «pescaítos» no Miramar, sentado cá fora a ver o presépio de Tânger e a ser devorado pelos mosquitos. É possível que sejam espécie protegida, que pertençam ao património da Baelo Claudia, como os gatos e as pedras do «morisco» onde funciona o Dogville; foram lá e confiscaram uma parede inteira. Durante uma semana devo ter palmilhado dezenas de quilómetros do triângulo compreendido entre os Correios, a Igreja e a Lota; o miolo das ruelas, não sou apreciador de fronteiras nem de contornos. Fiz a foto da janela do quarto que tinha a fazer. As mochilas aguardam inchadas em cima do sofá, emagreci a instamatic e mudei-lhe as pilhas, a carrinha está pronta e atestada para retomar a viajem. Trouxe o livro mais indicado para o fazer, o ter vindo a fazer, Disse-me Um Adivinho; e como tem batido certo.

A noite está calma, pouco li, despertou-me a atenção o silêncio das gaivotas; o camião de recolha do lixo não deve tardar. Chove copiosamente, dizem há já alguns dias as nuvens vindas do mar; parto limpo.

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