No dia seguinte, voltou ao bairro e não o reconheceu, alheado da violência urbana. Chegou a casa e foi levar o lixo. Depois caminhou pelos trilhos cobiçados que via ao volante e fez o percurso dos suicidas sem abrir cancelas, sem uma corda para pendurar numa figueira, sem ter a certeza de ter voltado para casa.
Podia vê-la como um presídio, cela de eremita, moinho e torre de filósofo, camarata de manicómio. E podia senti-la simplesmente como era: uma casa com as portas abertas para afogar o olhar – saíra sem dar pelos cães.
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