Há duas semanas que não saio de casa. Se exceptuar o périplo, esplanada, supermercado, tabacaria, nem sempre completo, tenho tardes em que me desculpo com a instabilidade do tempo para não ir beber o chá da tarde até arrumarem a última mesa; a minha. De dois ou de três em três dias dou uma volta no carro para a bateria não descarregar e mudá-lo de lugar; como os velhos, cativo. Não há sms que me demova; e-mail que me convença. Ando ocupado com os meus afazeres, vagamente hikikomori, o equilíbrio da casa, outros livros à mão, a revisão definitiva do que não gostaria de deixar pendurado. «A loucura é viver no vazio dos outros, numa ordem que ninguém partilha» (Rosa Montero). Ontem, retomei o cartão sobre a mesa, soprado pelo espírito paint is to love again (Henry Miller). Fotografei uma fase do trabalho, antes de dar mais cor. Meti-me por caminhos ínvios, sobra-me memória para a minha falta de imaginação; reconsiderei durante a pausa entre o fim de A Louca da Casa e o recomeço de Última Saída Para Brooklyn (Hubert Selby Jr.). Trouxe-o acompanhado por O Viajante Walter Benjamin (Ricardo Cano Gaviria). É exemplar único, troquei (e bem) os que tinha direito como tradutor por A Casa da Morte Certa, aconselhado por Miller; dou-me bem com Cossery. Amanhã, vou a Lisboa e à Feira. Não sei o que me estimulou a ir buscar Antologia de Henri Michaux; o cartão e eu temo-nos evitado, dentro do possível.
25 de maio de 2011
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6 comentários:
alguém disse brooklyn? http://www.youtube.com/watch?v=1bRG58Me5pY
abraços
Naice :)
No sábado tive o «protótipo» na mão no Bartleby: capa, vinheta e contracapa
Ah, pois :)
"uma volta no carro para a bateria não descarregar"? - deve ser muito antigo...
Siga o desenrolar dos próximos acontecimentos :)
Ah, e boa Feira
boa!!!:)
Claro que sigo :)
E obrigada (depois, digo alguma coisa).
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