29 de maio de 2011

Nem sempre a lápis (170)

Fiquei sem relógio desde que mudei de telemóvel; bastava abri-lo. Além dos números e letras minúsculas, uso óculos, este novo electrodoméstico, este irritante acessório, é menos prestável; pesem todas as suas obscuras potencialidades. Passei uma ronda pelos relógios que (também) fui coleccionando e ofereceram ao longo do tempo. Decidi-me por um Swatch primário com a bracelete a desfazer-se, aguarda reposição de stock; um Timex tank, semelhante ao Hamilton comprometedor e não me apetece usar; uma réplica Gianni Delano comprada num quiosque e se recusou a trabalhar, a pegar. Saí da relojoaria com ela no pulso para aliviar os bolsos; entretanto, caiu uma lente e perdi o parafuso dos óculos de ver ao perto. A reparação custou um aperto de bacalhau. Sentei-me ao Sol a secar os olhos e sobrepus os ponteiros nas doze horas; acertei o assunto.

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