22 de setembro de 2012

Nem sempre a lápis (319)

 
 
Não, não li e também ninguém me contou, mas imagino que assim se passe, enquanto aguardo o verde no semáforo da estrada que estanca a aridez do lameiro, vindo até perder de vista. Quando o vento que traz a chuva parte com ela e os campos se alagam, a memória da lagoa emerge do leito aluviado o tempo necessário para o Sol chocar os ovos das rãs na lama amassada pela lentidão do gado. As cegonhas chegam com as primeiras filas de trânsito e as rãs desovam nas escassas poças do pântano. Depois, são levadas no bico e Lagoa continua a ser uma placa à beira da estrada, com o gado de olhos postos no trânsito; nas idades do semáforo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não sei se era a intenção, ou se é sequer sobre isso, mas um pouco do vasto Alentejo entrou cá em casa e sentou-se comigo ao ler isto :)

fallorca disse...

Bom, neste caso, trata-se do «rodapé» ou plantibanda africana do Algarve