28 de setembro de 2012

Nem sempre a lápis (321)



A mulher pegou num livro, sem curiosidade. Apenas o tempo e as andanças os distinguiam, agora amontoados na estante que ele montara e arrumara; a última, dissera-lhe. Era uma estante escrita da esquerda para a direita, linha a linha, prateleira a prateleira, com notas à margem, empilhadas. Se não houvesse tiras de papel e bilhetes de autocarro e pacotes de açúcar (vazios) a marcar leituras, lidas e relidas, dir-se-ia que os livros nunca tinham sido abertos. Não eram os que o viu ler e anotar, recebidos depois de escritos na língua dele; por ela. A mulher sentou-se a folhear um livro; afigurou-se-lhe que devia lê-los, concluir a morte dele.

1 comentário:

Anónimo disse...

fico sempre sem saber que dizer, já que os adjectivos já os rompi...