«“Também tu aqui, Marti?” exclamou o homem, e agora Joseph já o reconhecia, era um camarada do serviço militar há pouco tempo cumprido, cumprimentou-o, alegou certas tarefas urgentes e despediu-se.
“Sim, a tropa”, pensou ele enquanto seguia o seu caminho, “a tropa une todos os homens de todas as partidas da vida que se possa imaginar num único ponto sensível. Não há neste país rapaz de fina educação, saudável e jovem, que não tenha um dia saído da sua esfera selectiva habitual para se dedicar à causa comunal, juntamente com os melhores jovens agricultores, limpa-chaminés, operários, caixeiros ou mesmo patifes. E comunal é o que esta causa é! O ar na caserna é o mesmo para todos, é bom que chegue para o filho do barão e convém também ao mais insignificante jornaleiro. As distinções de classe e de educação caem sem dó nem piedade no enorme abismo, ainda por investigar, da camaradagem. A camaradagem é soberana, ela tudo abarca. A mão de um camarada nunca está nem pode estar suja para ninguém. A igualdade é um tirano muitas vezes insuportável, ou assim parece ser, mas como ensina, como educa. A fraternidade pode ser desconfiada e mesquinha nos pormenores, mas também pode ser grande, e é na verdade grande, pois é dona das opiniões, dos sentimentos, das forças e dos impulsos de todos. Um Estado que saiba dirigir o espírito da juventude para este abismo, que é grande que chegue para o mundo inteiro quanto mais para um único país, rodeia-se deste modo de fortalezas a toda a volta, nos quatro pontos cardeais, fortalezas inexpugnáveis porque são feitas de pés, memórias, olhos, mãos, cabeças e corações vivos. Do que a juventude precisa é de uma doutrina severa.”
Aqui o empregado interrompeu o seu raciocínio.
Sem dúvida, falara e pensara como um capitão em campanha, pensou ele com um sorriso. Pouco tempo depois já estava de volta a casa.»
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