A telefonista estava nervosa, no caso de um assassinato todos crêem que lhes vão complicar a vida. Durán era um encanto, tinha-a convidado duas vezes para sair. Croce pensou de imediato que Durán queria saber coisas, por isso a convidou; a pequena podia dar-lhe informação. Ela tinha-se recusado, por respeito para com a família Belladona.
- Perguntou-te algo específico?
A pequena pareceu enroscar-se, enrolar-se, como um espírito na lâmpada de Aladino, de que só se via uma boca vermelha.
- Queria saber com quem Luca falava. Foi o que me perguntou. Mas eu não sabia nada.
- Telefonou para a casa das irmãs Belladona?
- Várias vezes – disse Coca. – Falava sobretudo com Ada.
- Vamos telefonar-lhes, quero que venham reconhecer o cadáver.
A telefonista marcou o número de casa dos Belladona. Tinha a expressão satisfeita de alguém que é protagonista de uma situação excepcional.
- Olá, está?, aqui Hotel Plaza – disse. – Uma chamada para as meninas Belladona.»
[Ricardo Piglia, Alvo Nocturno; em tradução para a Teorema;
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