11 de outubro de 2010

Nem sempre a lápis (91)

A imagem do coreto mais emocionante, mais festiva, surge de costas para o Arade, rodeado pelo arraial de barracas de oferta de serviços turísticos, fluviais e segway, geladarias e o Pavilhão de Gelados sobrevivente. Anotado do lado oposto, a deslocação do coreto desabita-o; a promessa desmorona-se no trompe l’œil reflectido no rio e pelas suas artes. Um moliceiro varado na margem do porto novo; uma nau – Dona Bernarda, com o verniz estalado – retirada de uma caixa de fósforos, nas horas vagas. Águas trocadas; nozes dadas a quem nunca teve dentes.

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