Perante a possibilidade de me libertar de mais dois inéditos – durante o próximo ano que, como é sabido, só acaba em Janeiro –, voltei a ter o cuidado de insistir, junto de um e outro editor, Não há pressa. Espero que tenham entendido a parcimónia, a lentidão (Milan Kundera) como uma dádiva recíproca: enquanto reúnem condições para nos despedirmos no formato de livro, confio que a distância, o desamor pelo texto, me concedam a última oportunidade de escová-lo. Não para lhe puxar o brilho, não tenho eu feito outra coisa, mas agora, como se cardasse o borboto do original. Só arrumado o passivo, poderei dedicar a necessidade de escrever apenas a este exercício; anotar os transtornos do futuro, quando intercepta o presente.
1 de outubro de 2010
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