15 de outubro de 2010

Nem sempre a lápis (93)

Por algum motivo, ainda não assimilado, decidi levantar-me e antecipar o que, há algum tempo, me tem vindo a apetecer fazer de manhã, durante o período de adaptação que se segue ao conforto do pequeno-almoço, ao ar livre. Abri ao acaso um dos potes de Prince Albert – onde conservo diferentes misturas de tabaco de cachimbo, humidificadas com casca de maçã – e carreguei um sarrafinho italiano; um bulldog Giovanni da Varese, com a gravação da marca já quase imperceptível na ligação do fornilho à boquilha, de plástico. Exemplar baratucho, não me desiludiu o equilíbrio do formato, encomendei-o no tempo em que utilizava a Net para me intoxicar quase só com informação sobre cachimbos, artesãos de peças únicas, tobacconists e produtores caseiros de misturas avulsas de tabaco; acabaria por me envolver como provador de umas quantas marcas, fornecidas a pedido da revista Pipe Magazine. Há um ano e tal, em Porto Covo esforcei-me por retomar um hábito perdido no Algarve, que me terá levado os dentes por arrasto. Ocupado com a ociosidade nas esplanadas e na praia, era quando o cachimbo me sabia melhor, manifestado por um ouriço de fósforos apagados na areia. Admito que um ataque de tosse, que me impediu de adormecer embalado pela tarefa ao acordar, possa estar na origem do travo doce e esquecido que conservo na boca, a ouvir a chuva com a garganta limpa. Bem vistas as coisas, qualquer argumento é bom e é válido, para não me prender com o que pressinto.

4 comentários:

Anónimo disse...

http://www.letralivre.com/catalogo/detalhes_produto.php?id=47289

fallorca disse...

«Também tu, filho meu?»
Adjudicado ;)

{anita} disse...

esta tb não tinha ficado mal:

http://3.bp.blogspot.com/_0aVl10goKjM/Se38xZeucWI/AAAAAAAAAME/RDcXizHGDJM/s1600-h/clan+tobacco.JPG

beijinhos!

fallorca disse...

Pronto, substitua-se a mistura artesanal pela comercial :P