«Boas notícias de Hackmuth. Uma outra revista estava interessada em publicar uma versão condensada de As Colinas Perdidas. Cem dólares. Estava rico uma vez mais. Tempo de emendar os erros do passado. Mandei cinco dólares à minha mãe. Chorei ao ler a carta de agradecimento que ela me escreveu. As lágrimas corriam-me pela cara enquanto alinhava uma rápida resposta. Com esta carta enviei-lhe mais cinco dólares. Estava satisfeito comigo próprio. Tinha algumas boas qualidades. Podia imaginar os meus biógrafos a entrevistarem a minha mãe, uma velhinha sentada numa cadeira de rodas: era um bom filho, o meu Arturo, nunca se esquecia de mim.
Arturo Bandini, o romancista. A viver do seu trabalho como escritor. A preparar um novo livro. Um livro formidável. As primeiras críticas são excelentes. Uma prosa notável. Desde Joyce que não se via nada semelhante.»
[John Fante, Pergunta Ao Pó; trad. Rui Pires Cabral, Ahab, Outubro 2010;
2 comentários:
Este é mais um belo momento do livro.
Bom Ano, Fallorca.
Bom ano se adivinha para o que iremos ler, Marco :)
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