25 de setembro de 2010

À mão de ler (88)

«Sylder pensou no velho Tipton a dizer-lhe que o carro não prestava, pois qualquer patego via logo que, com os pistões a moverem-se num ângulo daqueles - com o cu caído para o lado, tinha ele dito - era fatal que haviam de se gastar num dos lados, mais cedo ou mais tarde. Os pistões eram feitos para andarem para cima e para baixo. As ruas estão cheiinhas de carros assim, disse ele, se te serve de algum consolo saberes que não foste o único embarrilado.»
[Cormac McCarthy, O Guarda do Pomar; trad. de Paulo Faria, Relógio d'Água, 1996;

1 comentário:

Cristina Torrão disse...

Sim, há por aí muita gente a invejar os pistões do vizinho, sem fazer ideia que também ele foi embarrilado...