29 de setembro de 2010

À mão de ler (90)


«Mais tarde, quando conseguiram que uma camioneta descesse até à margem para rebocar a carcaça do veículo, a tampa do porta-bagagens soltou-se e uma chuva de vidro caiu sobre o leito do ribeiro - durante trinta minutos, alguém disse mais tarde - durante um bom bocado, de qualquer modo. Encontraram-se até dois ou três frascos intactos, o que agradou imenso a Gifford - provas, disse ele...
Era um Plymouth, um coupé 33; o pneu da frente do lado direito tinha um buraco onde cabiam três dedos. À parte isso, nada havia nele de notável, excepto o facto de estar em Red Branch, totalmente destruído, com os restos de um carregamento de whiskey na traseira.»
[Cormac McCarthy, O Guarda do Pomar; trad. Paulo Faria, Relógio d'Água, 1996;

2 comentários:

Cristina Torrão disse...

Engraçado deparar com este seu post um dia depois de ter lido o artigo de Paulo Faria sobre McCarthy na Ler de Setembro. Fascinante, tanto o que ele encontrou no arquivo, como a maneira como transmitiu o entusiasmo que lhe provocou aquela pesquisa (eu, pelo menos, senti-o :)

fallorca disse...

Então não perca a introdução que Paulo Faria faz nas traduções de «Este País Não é Para Velhos» e «Sutree».