«Hora: Uma e meia da madrugada.
Dia: Bloomsday.
Estilo: Sonâmbulo.
Lugar: Dublin, Morgans Hotel. Quarto 527.
Acção: Riba, despertando bruscamente, em pleno sono, quando alguém, com o seu cartão electrónico, tenta entrar no quarto. Ainda meio adormecido, recorda-se da mala vermelha abandonada no quarto, esta manhã. Levanta-se com o receio de que o cartão electrónico do intruso acabe por funcionar. Por não conseguir entrar, a pessoa que está do outro lado dá três pancadas nervosas na porta. Ouvem-se umas palavras confusas. A voz de um homem jovem. Causa um certo medo. O velho pânico de que entrem, a meio da noite, em nossa casa ou no nosso quarto de hotel.
- Quem é? – pergunta Riba, entre adormecido e receoso.
- New York – diz a voz do homem jovem.»
[Enrique Vila-Matas, Dublinesca; em tradução para a Teorema]
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