30 de novembro de 2010
Às vezes, lá calha...
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«O facto central da minha vida
tem sido a existência de palavras
e a possibilidade de as tecer em poesia.»
(Jorge Luis
«É bom trabalhar nas Obras» (55)
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- Escuta-me bem. – E lia –: "Um casal de gémeos: Karl e Marta Drácula. Sem nenhuma relação com o conde, posso assegurá-lo. O interessante deste caso, é que não só se sabia que um deles era humano e o outro um vampiro, como também se sabia que um dos dois era sensato e o outro estava louco, embora ninguém fizesse a menor ideia de quem era o quê. E então disseram. Karl: 'A minha irmã é um vampiro.' Marta: 'O meu irmão está louco!' Como sabemos que os vampiros mentem sempre e que os loucos estão sempre enganados nas suas convicções, que os humanos dizem sempre a verdade e os sensatos são sempre exactos nos seus juízos, qual é o vampiro?"
A seguir voltaste às tuas coisas. Apagaste conscienciosamente uma prova dos nove e limpaste retorcidas aparas de borracha do teu caderno, com as costas da mão. Levantaste um pouco a cabeça. Ele continua a olhar-te.
- O vampiro é Karl. Queres que te explique?
- Não.
Procurou a solução do enigma nas últimas páginas e saltou da cadeira com um grito de júbilo que se ouviu em toda a casa. Depois, as suas ancas começaram a mover-se para trás e para a frente, traçavam circunferências que rodeavam uma confusa área de obscenidade.
- Adivinho tudo. Não te esqueças.
Voltou a olhar-te.
- Ouve lá, tu mexes-te muito à noite. Andas a bater punhetas?»
Papiro do dia (5)
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«Tantos papéis, tantas folhas que tenho escrito! Diários, cartas que não seguiram o seu destino porque afinal, pensando bem, não valia a pena mandá-las… Papéis bordados a letra miúda que eu desconheço. Mais firme, mais igual, mais redonda. A minha letra de agora engelhou e amoleceu com a minha cara e as minhas mãos, com o meu próprio corpo de seios flácidos, de carne desbotada e só.
O cesto está cheio da minha vida. Pedaços rasgados, fragmentos, frases que alguém me dirigiu e eu já não me recordo de ter ouvido, palavras que eu disse a alguém e já esqueci. Tudo tão baralhado como as minhas recordações.»
28 de novembro de 2010
Às vezes, lá calha...
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«As mãos tremiam-lhe sobre a secretária. Não que fosse um bom homem. Não. Era grosseiro, injusto, autoritário. Simplesmente estava a viver o seu momento de bondade. Não lho disse porque sabia que ele não podia compreender-me.»
Nem sempre a lápis (107)
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Papiro do dia (4)
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Já era a esperança.
Outra vez o sorriso vermelho e branco, os olhos grandes, debruados a rímel da empregada.
- Senhora Dona Mariana Toledo.
26 de novembro de 2010
Às vezes, lá calha...
Por vezes, em simultâneo, executamos duas canções,
e uma perturba a outra,
e não é bom para os ouvidos.
Mas qual o botão que afina o coração?
...Não é assim tão fácil.»
«É bom trabalhar nas Obras» (54)
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E parecia-lhe que tudo tinha piada. Por exemplo, achava particularmente divertido que Carlos continuasse a partilhar as suas lições particulares sobre conquista feminina, quando, há que tempos que ali não estavam as causadoras da sua admiração, primeiro, e depois, do seu arrevesado discurso. Tinham trocado olhares com miúdas, enquanto levantavam e baixavam os copos, expiravam o fumo dos cigarros, e os sapatos delas se balançavam, cronometricamente, na ponta dos pés a calcularem um tempo que só elas decidiam. Miúdas que deviam cheirar muito bem, que guardava o melhor de si mesmas para o momento culminante, que gritariam na cama, que seriam doces ou impertinentes, miúdas distantes, miúdas com um encontro marcado, miúdas que liam e levantavam, continuamente a vista do livro, que colocavam a voz e se mostravam falsas quando voltavam a falar com as amigas, e as amigas notavam algo. Já se tinham ido todas embora. E ele, não era um cobarde.
- Não sou um cobarde – afirmou Ignacio.
- És. Quanto queres apostar?
- O que quiseres.
- Posso escolher? Entras num bar, bebes três whiskies com três pacotes de amêndoas e sais sem pagar. Aposto este disco. Chester Winchester. O meu tesouro.»
Papiro do dia (3)
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25 de novembro de 2010
24 de novembro de 2010
Às vezes, lá calha...
«É bom trabalhar nas Obras» (53)
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Tinha-se entendido imediatamente com o seminarista, porque Luca pensava na reconversão da fábrica como se fosse uma igreja em ruínas que necessitava de ser fundada novamente. De facto, a fábrica tinha nascido a partir de um pequeno grupo (o meu irmão Lucio, o meu avô Bruno e nós) e nesses pequenos grupos há sempre um que rói da corda, que vende a alma ao diabo, e foi isso o que tinha sucedido ao seu irmão mais velho, o filho Varão, o Urso, Lucio, seu meio-irmão, para dizer a verdade.
- O meu irmão vendeu a alma ao diabo, influenciado pelo meu pai, pactuou, vendeu as suas acções aos investidores e nós perdemos o controlo da empresa. Fê-lo de boa-fé, que é como se justificam todos os delitos.
* "Está no seu direito o mais acima de fazer o que lhe aproveite. / É sempre má a sombra da árvore que dá leite."
[Ricardo Piglia, Alvo Nocturno; traduzido e em revisão para a Teorema;
Papiro do dia (2)
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[Maria Judite de Carvalho, Tanta Gente, Mariana; Ulisseia, Agosto de 2010;
22 de novembro de 2010
Porque a Net fornece um novo dia
Com a presença do autor e de Sebastià Bennasar (jornalista e escritor)
«É bom trabalhar nas Obras» (52)
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Passado um pouco, apareceu uma empregada com aspecto de enfermeira que o fez subir por um elevador para o andar de cima e o deixou em frente de uma porta aberta que dava para uma enorme sala, quase sem móveis. Ao fundo, Renzi viu um homem alto e forte que o esperava de pé, imponente. Era Cayetano Belladona.
- O Bravo disse-me que o senhor me queria ver – disse Renzi, depois de se sentarem em dois amplos cadeirões colocados contra a parede.
- E a mim, o Bravo disse-me que o senhor me queria ver… portanto, o interesse é mútuo – riu-se o Velho. – Isso não tem importância, o que importa são as notícias que o senhor anda a publicar nesse jornal da Capital. Lemo-las e pensamos que esta terra é um campo de batalha. Fala de fontes que não refere e isso, como sempre que um jornalista cita fontes reservadas, quer dizer que está a mentir.
- Posso citar essa opinião? – disse Renzi.
- Não gosto dessas histórias sobre a minha família – disse o Velho, como se não o tivesse ouvido – e os seus disparates sobre as razões pelas quais Anthony trouxe esse dinheiro. – Não está com rodeios, pensou Renzi, e puxou de um cigarro. – Não se pode fumar aqui – disse o Velho. – E isto não é uma entrevista, quis simplesmente conhecê-lo. De maneira que não tome notas, nem grave nada do que falarmos.
- Sim – disse Renzi. – Uma conversa privada.
- Sou um homem de família numa época em que isso já não significa nada. Defendo o meu direito à privacidade. Não sou uma pessoa pública. – Falava com extrema calma. – Os senhores, os jornalistas, estão a destruir o pouco que nos resta de solidão e de isolamento. Murmuram e difamam. E gritam sobre a liberdade de imprensa que, para os senhores, significa simplesmente liberdade para vender escândalos e destruir reputações.»
[Ricardo Piglia, Alvo Nocturno; traduzido e em revisão para a Teorema;
Papiro do dia (1)
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[Robert Walser, O Passeio e Outras Histórias; trad. Fernanda Gil Costa, Granito – Editores e Livreiros, Porto Janeiro 2001;
21 de novembro de 2010
Editorial
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Reencontrei a adolescência
... e vim lê-la para o Sul
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«Só há noite e dia,
mas a manhã deixou de ser princípio
e de limar as arestas às coisas.»
20 de novembro de 2010
Nem sempre a lápis (106)
«É bom trabalhar nas Obras» (51)
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«A noite tinha caído sobre a casa e eles continuavam nos cadeirões, na galeria, com as luzes apagadas, excepto um biombo atrás, na sala, a olharem para o jardim calmo e as luzes do outro lado da casa. Passado um pouco, Sofía levantou-se e pôs um disco dos Moby Grape e começou-se a mover a dançar no seu lugar, enquanto tocava Changes.
- Gosto dos Traffic, gosto dos Cream, gosto dos Love – disse, e voltou-se a sentar. – Gosto dos nomes dessas bandas e gosto da música que fazem.
- Eu gosto de Moby Dick.
- Sim, imagino… Passas-te com os livros e ficas feito numa bola. A minha mãe é a mesma coisa, só está calma se estiver a ler… Quando deixa de ler, fica neurasténica.
- Louca quando não lê e não louca quando lê…
- Estás a vê-la, ali…?, vês a luz acesa…?
Havia um pavilhão do outro lado do jardim, com dois grandes janelões iluminados, onde se via uma mulher com o cabelo branco preso, a ler e a fumar num cadeirão de couro. Parece estar noutro mundo. De repente, tirou os óculos, levantou a mão direita e procurou atrás, às tentas, numa estante da biblioteca que não se conseguia ver, um livro azul, e depois de encostar a página contra a cara, voltou a pôr os óculos redondos, ajeitou-se no grande cadeirão e continuou a ler.
- Lê o tempo todo – disse Renzi.
- Ela é a leitora – disse Sofía.»
[Ricardo Piglia, Alvo Nocturno; em revisão para a Teorema;
18 de novembro de 2010
«É bom trabalhar nas Obras» (50)
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- Que manda, don Croce.
- Viva, Hilario – disse Croce. – O que foi que se passou?
- Uma desgraça. – Fumava. – Pediu-me que viesse – disse. – Quando cheguei, já o tinha feito. – Fumava. – Sim – disse, pensativo. – Na religião dele é permitido.
- Não está lá que é permitido matar – disse Croce.
- Tenha respeito por ele, comissário. Era uma boa pessoa. Teve essa desgraça. Ninguém tem compaixão com os culpados – sentenciou, depois.
Croce andou a dar umas voltas porque, como sempre, postergava o momento de entrar e ver o morto. Assomou-se e voltou a sair.
- Disse-lhe alguma coisa sobre o ianque – disse Croce.
- Deixou uma carta, não a abri, está onde a pôs, na janela.
* Dez anos depois dos factos registados nesta crónica, nas vésperas da guerra das Maldivas, Renzi leu no The Guardian que os soldados ingleses estavam equipados com óculos que lhes permitiam ver na escuridão e disparar sobre um alvo nocturno e deu-se conta de que a guerra estava perdida antes de começar e lembrou-se dessa noite e da lebre paralisada perante a luz do farolim do automóvel de Croce.
À mão de ler (109)
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«Sem perder tempo a olhar o que quer que fosse, estuguei o passo para a caixa municipal a fim de pagar os impostos no balcão das contribuições. Mas tenho de rectificar aqui um erro grosseiro.
De facto, como só agora me recordo, não se tratava de um pagamento, mas simplesmente de uma entrevista com o senhor presidente da suprema comissão fiscal para requerimento e entrega de uma declaração solene. Não me levem a mal o erro e escutem benevolamente o que tenho a dizer sobre este caso. Tal como o imperturbável e inabalável mestre-alfaiate Dünn prometia e garantia uma obra impecável, também eu prometo e garanto, com respeito à declaração de impostos que vou fazer, exactidão e exaustão, bem como concisão e brevidade.
Vou saltar imediatamente para essa encantadora situação.»
[Robert Walser, O Passeio e Outras Histórias; trad. Fernanda Gil Costa, Granito – Editores e Livreiros, Porto Janeiro 2001;
17 de novembro de 2010
Peneiras de tradutor, fiufiu...
16 de novembro de 2010
Breve interlúdio musical
Me driving my VW van (com as rodas em posição de lótus) from Jordan River towards Sooke.
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Às vezes, lá calha...
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«A terra inteira colaborava para ajustar e melhorar as versões. Tinham mudado os motivos e o ponto de vista, mas não a personagem; tão-pouco tinham mudado os acontecimentos, só o modo de olhá-los. Não havia dados novos, só outras interpretações.»
Nem sempre a lápis (105)
Há uma semana que o WMP só toca tablas e cítaras, ragas e dhrupads, desde que me sento a trabalhar até me deitar; e dali não sai. A Nico trouxe três CD’s da Índia (Ustad Allah Raka & Ustad Zakir Hussain, Saeed Zafar Khan e Vairagya Raga Gunkali), rapidamente copiados e irreconhecíveis para o computador, enquanto contava que assistiu a um espectáculo, descrito em ambiente familiar – com o pessoal surpreendido por ver portugueses, mulheres portuguesas, e a querer ser fotografado – e eu a imaginar os empalados alternativos e as coristas zen a emoldurarem Anouar Brahem, na Gulbenkian. Olho a foto e sinto nostalgia dos café au kif de Tânger, nas ruelas manhosas do Petit Socco que descem para o porto, onde os músicos residiam num palco à altura das mesas, com o chão e as paredes forradas com esteiras. Num deles, o Najah, na ruela promovida a avenue Mokhtar Ahardan, sem alargar um milímetro, era voz corrente que havia um naco de haxixe que nunca transpunha a soleira da porta. Segundo rezava num dos mil e um charros então ouvidos, o infeliz passaria o tempo num constante vaivém, entre o «mon ami» recém-chegado e o mono de serviço à porta para lhe confiscar o «chocolat»; recheio da casa. É possível, mas não fui desmancha-prazeres e dizer que era treta por não ter visto e garantia de segurança se comprasse ao narrador. Mas vi um freak a aviar tampas de whisky a filas comprometidas de marroquinos, à esquina (Fruta da Época). Como diria o outro: Tudo o que sei, aprendi no Canal Panda. Adiante; a meio de O Passeio e Outras Histórias, por estranho que possa parecer e parece, não me lembro de Os Lusíadas; nem tão-pouco de que são X os Cantos, se não me tivesse informado A Viagem À Índia, pronta a largar ferro. Lembro o começo, na sala de aula de um colégio de província, espantado com as armas e os barões, assim pronunciávamos, barões assinalados, ao longe; mal chegavam à ocidental praia lusitana, estendia a toalha e abalava; não partia. Não se trata de ter alguma coisa contra o vate; se há coisas de que gosto, entre elas, sentar-me na esplanada do Camões, visto de costas, a aviar empadas e a olhar para as varandas da casa da Luiza Neto Jorge. «Talvez nunca nenhum autor tenha, como eu, tão persistentemente pensado no leitor, de maneira tão delicada e gentil.» (Robert Walser)
«É bom trabalhar nas Obras» (49)
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- O meu pai procurou sempre que gostassem dele – disse Sofía –, era déspota e arbitrário, mas sentia-se orgulhoso dos seus filhos varões, eles iam perpetuar o apelido, como se o apelido fizesse algum sentido em si mesmo, mas assim pensava o meu avô e depois o meu pai, queriam que o apelido da família continuasse, como se pertencessem à família real inglesa, porque cá são assim, acreditam nisso, são todos gringos rafeiros, descendentes dos irlandeses e dos bascos que vieram cavar granjas, porque os paisanos nem a brincar, só os estrangeiros deitavam mãos à obra*. Havia um inglês granjeiro – recitou ela como se cantasse um bolero – que dizia que era de Inca-la-perra. Devia ser um desses Harriot ou um Heguy que andava a fazer granjas pelo campo e agora armam-se em aristocratas, jogam pólo nas fazendas, com esses apelidos de camponeses irlandeses, de bascos rurais. Aqui, somos todos descendentes de gringos e, na minha família, mais do que qualquer outra, mas pensam da mesma maneira e querem o mesmo.
* Nos velhos tempos, as fazendas eram separadas em granjas para impedir que o gado se misturasse. Foram imigrantes bascos e irlandeses quem trabalhou a abrir poços na pampa; os gaúchos recusavam-se a fazer qualquer tarefa que significasse descerem do cavalo e consideravam desprezíveis os trabalhos que se tivessem de fazer "a pé" (cfr. John Lynch, Massacre in the Pampas).»
[Ricardo Piglia, Alvo Nocturno; traduzido e em revisão para a Teorema;
15 de novembro de 2010
14 de novembro de 2010
Breve interlúdio musical
... com soirée dançante no Café Central
(entrada livre às Damas... desde que não armem dramas)
Porque a Net fornece um novo dia
apresentado por «estes» dois tarahumaras?
Vitor Silva Tavares e Miguel Martins
«É bom trabalhar nas Obras» (48)
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Contracapa
Tony Durán, um estranho forasteiro, nascido em Porto Rico, educado como um norte-americano de Nova Jersey, foi assassinado no começo dos anos setenta numa localidade da província de Buenos Aires. Antes de morrer, Tony foi o centro da atenção de todos, o admirado, vigiado, diferente mas também o fascinante. Tinha chegado seguindo as belas irmãs Belladona, as gémeas Ada e Sofía, filhas de uma das principais famílias do lugar. Conheceu-as em Atlantic City, e urdiram um feliz trio sexual e sentimental até que uma delas, Sofía, «talvez a mais frágil ou a mais sensível», desertou do jogo dos casinos e dos corpos. E Tony Durán continuou com Ada, e seguiu-a quando ela voltou para a Argentina, onde veio a encontrar a morte.
A partir do crime, este romance policial transmuta-se, cresce, e transforma-se num relato que se abre e enlaça com arqueologias e dinastias familiares, num vaivém entre a combinação de veloz romance de género e a esplêndida construção literária. O centro luminoso do livro, cujo título remete para a caça nocturna, é Luca Belladona, construtor de uma fábrica irreal perdida no meio do campo que persegue com obstinação um projecto demencial. O aparecimento de Emílio Renzi, a tradicional personagem de Piglia, dá uma conclusão irónica e comovente à história.
Situada na imperturbável paisagem da planura argentina, este romance povoado de personagens memoráveis, tem uma trama ao mesmo tempo directa e complexa: traições e negociatas, um falso culpado e um verdadeiro culpado, paixões e enganos. Alvo Nocturno narra a vida a vida de uma localidade e o inferno das relações familiares.
Jason Wilson escreveu em The Independent: «Ricardo Piglia ocupa um lugar muito alto na literatura. Herdou a desconfiada inteligência de Borges, a sua incansável e prazenteira exploração da literatura, e a sua atracção pelas obscuras zonas de má fama. As ficções de Piglia são inventivas parábolas sobre os pesadelos recentes e passados da história do seu país.»
[Ricardo Piglia, Alvo Nocturno; em revisão para a Teorema;
À mão de ler (108)
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[Robert Walser, O Passeio e Outras Histórias; trad. Fernanda Gil Costa, Granito – Editores e Livreiros, Porto Janeiro 2001;
13 de novembro de 2010
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