26 de agosto de 2010

À mão de ler (75)

«Levanto-me. Vivo em frente do Mediterrâneo, num quinto andar. Bem perto, ouço o cavalo relinchar. Sei que trota com cuidado por entre os móveis e as antigas peças de decoração. Então, sei que a poesia me visita de novo. Preciso de ter cuidado, fechar as portas todas. Não é de estranhar que um rio flua nervoso debaixo dos armários, quase sem tocar as carpetes coçadas; nem tão-pouco que uma miragem me impeça de fazer a barba. Lá fora, o arco-íris empenha-se em ser um espectáculo absoluto.»
[Rafel Pérez Estrada, La palabra destino; Poesia Hiperión, Madrid 2001;

1 comentário:

noni disse...

Estrada a poesia relâmpago vem em visita apeada de títulos sonhados e bem guardados no arco daflor-da-íris.