15 de fevereiro de 2013

Nem sempre a lápis (347)

até Jajouka
(2006)
7. Já estou outra vez no Monte Alto e acordei firmemente determinado a ir a Sevilha ou a dar um pulinho ali a Huelva. (...) Estimulado o alarme comercial, existem biografias para todos os gostos e escolas para todas as alternativas: psicóticas, paranóicas, religiosas, ficcionadas, fotográficas, fac-similes dos famosos papelinhos ilegíveis escritos a lápis, com o seu inevitável esquadrão de especialistas, de intérpretes e descodificadores. Depois, é aguardar que sejam profícuos em contradições e argumentos, para alimentar polémicas e nada esclarecer. Deduzo ser essa, fundamentalmente, a ideia de Robert Walser. Suíço, mas cantão alemão, esclareça-se. (...) Walser só não é achincalhado como poeta-chapéu, porque teve a sorte ou o azar, de não ser português. E já agora, ao reler Reflexões Sobre a Mentira fiquei com a impressão que Alexandre Koyré se antecipou e escreveu-me este período: «Qualquer agrupamento secreto, quer seja doutrinário quer voltado para a acção, uma seita ou uma conspiração – a fronteira entre estes dois tipos de agrupamento é, aliás bastante difícil de traçar, sendo o agrupamento de acção, ou nisso se tornando quase sempre, um agrupamento doutrinário –, é um agrupamento com um segredo, ou segredos

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