«A grande utilidade da poesia é sem dúvida o prazer que proporciona – e não a sua influência enquanto propaganda religiosa ou política. Certos poemas e versos são para mim tão densos e milagrosos como o devem ser os altares de igrejas e as cerimónias de coroação das rainhas para os devotos de outras imagens bem diferentes. Não me aflige que os poemas só alcancem um número bastante pequeno de pessoas. Mesmo assim, já vão surpreendentemente longe – viajam por entre estranhos, chegam por vezes a dar a volta ao mundo. Vão mais longe que as palavras de um professor na sala de aula ou as receitas de um médico; mais longe até, com um pouco de sorte, que o tempo de uma vida.»
[Sylvia Plath, Zé Susto e a Bíblia dos Sonhos; trad. Ana Luísa Faria, Relógio d’Água 2013;
2 comentários:
Eu não precisava (preciso :) de escrever isto, mas escrevo-o: no último sábado, desatei num pranto enorme, ao telefone, com a minha mãe. O inesperado não foi o meu choro, que é coisa rara, foi sim tê-la ouvido dizer, aos 83 anos, coisas que eu lhe digo há anos, um consolo inesperado para o meu esforço também por ela.
A sua ilustração está errada, Fallorca, no que à minha sensibilidade diz respeito (parolo :)
Os outros que falem por si (por eles/elas).
Pranto é bom, ao tlf nunca experimentei, mas enfim... Quanto à ilustração, haverá alguma acertada(inha), Alexa?
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