1 de agosto de 2011

Nem sempre a lápis (194)

Decorridos cinco anos e seis verões, talvez trocados outros tantos e-mails, encontrei no último com o Rui Zink, a saída que me convém: «Eu acho que nem sempre devemos publicar o que nos deu na gana. É a diferença entre escrever e editar, para mim.» Entre as pessoas que escrevem, quantas não gostariam de deixar um inédito esquecido? Continuo a rejeitar a palavra escritor; cheguei ao presente sem me cruzar com o objectivo adolescente. Extinto o brasido do fogo a escrevê-lo, desisto de até Jajouka. Conservo-o como apontamento, nota pessoal – a preservar «a sua privada e defendida intimidade», como escrevi –, sem pretender cultivar a ideia de arca, desactualizada pela arrumação e a mobilidade e a visibilidade do Office. Simplesmente, já não tenho forças para lhe pegar. Foi demasiado longa a espera, à medida que preparava a viagem que não fiz; era escrevê-la. Desmentido pelas excepções, privadas e com chancela, ocupa-me um diário aleatório com intenção póstuma. E nele tudo cabe, tudo anoto e muito elimino, todas as vozes e todas as atitudes são bem recebidas.

2 comentários:

As Estações do Ano disse...

Pelos vistos descobri este texto no seu FIM: "Já arrumei a mochila e atestei o Land-Rover. Esta madrugada arranco até Jajouka." Vá lá que ainda cheguei a tempo de o descobrir.

fallorca disse...

This is the end :)