5 de junho de 2012

Nem sempre a lápis (286)




8. Com o tempo, o cavalheiro veio a saber o que se sabia: «Já o vi esta manhã a passear os cãezinhos». A baía e o mar aberto, depois dela, não abarcavam a familiaridade imposta pelo quotidiano e os seus hábitos; levar o cão à rua.
O cavalheiro admitia a estranheza da indumentária e da atitude; porém, dava-se o caso de viver no campo que ia ter à praia. O Verão não se via ao longe e o tempo comportava-se com uma instabilidade infantil. Sentiu-se ameaçado e disposto a trocar-lhes as voltas. Enlouquecer as bússolas, tresmalhar os cata-ventos, avariar os sextantes.
Era, em certa medida, uma forma de se manifestar profundamente magoado pelo abate das palmeiras.
E o cavalheiro desceu os novos degraus de fóiaite para a praia, com os cães pela trela. Esperavam-nos outros passeios pelo campo e ruelas, onde não eram conhecidos e os cães se aproximavam sem se cheirar o tipo de boas-vindas.

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