17 de junho de 2012

Nem sempre a lápis (290)

Na ausência de floresta – como conviria para encenar o texto – caminha-se pelo campo e pela baía, esturricados os cravos das dunas antes do tempo; como tantos outros, de nascimento precoce. O rio atravessa-se a vau, de acordo com a autorização do vaivém da maré, seguindo-se a meia distância entre a rebentação do Levante e o cordão dunar, desabitado pelo céu encoberto. A Lua baralhou as marés; oferece as pedras em sucessivos lances que poucos rematam, vistos da toalha. Os maçaricos, revoadas desses pequenos pássaros que catam à marujinha, afastam-se à distância. É natural que o regresso se faça pelo trilho da areia mais dura, seguindo-lhes a peugada. E à falta de floresta – a tal que poderia emprestar ao texto alguma ternura literária –, fiquemo-nos por uma ida à praia, digamos assim, para não melindrar a ociosidade.

4 comentários:

salamandrine disse...

tanta ronha partilhada :D

fallorca disse...

acordaste-me ;)

a. disse...

coincidência parva, acabei esse livro esta semana :)

fallorca disse...

Às vezes, lá calha... :)