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Essa postura, no entanto, tornou-me malcriada. Eu deveria crescer na direcção do corredor, e estava crescer na direcção da árvore. Estive quase a dar ouvidos a essa voz humana que insistia que eu estava a crescer mal. E, de facto, era uma postura estranha. O meu corpo permanecia deitado,
no chão do quarto,
enquanto o meu olhar aprendia a fazer poemas. Com o tempo, como seria aquele corpo, separado da poesia, ou com esta apenas a botar do seu olhar? Tanto mais que, lá do alto, o poema via tudo de cima e quase nada via do que se passava em baixo, à volta do seu corpo, não sentia a dor que este sentia,
a sua falta de espaço e de movimento,
a pressão exterior que o impelia a entrar no corredor e a ser menina,
escrevia apenas que esse mal era uma metáfora.»
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