1 de maio de 2010

Nem sempre a lápis (16)

Hoje fez um dia do Sul, ainda tenho areia nos mocassins e faço tenção de só lavar os pés quando me deitar; vi-me ao espelho sem querer, enquanto lavava as mãos e sinto-me com um ar menos doente. Descafezei junto à lota e lembrei-me da água; encarei a baía com o polar a servir de alforge para o tabaco, o bloco e a garrafa (pequena, distraí-me ao Sol); despi os chinos para atravessar o rio e voltei a vesti-los para caminhar pelas dunas e regressar pela praia. Têm os bolsos cheios de areia; abasteci-me de pedras para regressar a casa. Apanhei uma daquelas que dão sempre jeito para segurar paus de incenso, por exemplo; guardei a inutilidade de outras, onde encontrei um veleiro da contemplação fixada n’A Cicatriz e sentei-me a vê-los, ao longe, na ponta do Carvoeiro. Caminhei descalço; com o calçado na mão e um bloco calado. Falta-me aqui, na gaveta pendurada na parede ao lado da cabeceira da cama, o candeeiro verde british que vai regressar a casa; é o melhor ponto de partida para retomarmos a leitura, ocorreu-me enquanto uma parede me pedia que a assinasse.

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