![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7b8WvwNmq-_TgY7MvQMyJiTtzjcdkVgZchaYe5VNRwYqA3nnBibnmBnaY0a-k1BBcNGfrZ8D9AM9fzwYsHRX8PhLD4Xqy_ZLk0566mEtHQ8V4R8bU6H08GcgW6iQK25aKr5jVHo8WbR0/s400/papi.png)
- Vem, Maria, a Companhia de Reis chegou – falou Nico baixinho atrás da porta.
Um homem ágil, vestido de chita e máscara, fazia macaquices. Atrás vinham os músicos, uma sanfona, uma viola, uma caixa. Por último, um homem com calça de cetim segurava a bandeira, nela três estrelas e um menino. Os reis magos vinham dar a benção, com a bandeira desfraldada, entraram na casa. Final de Dezembro, o nascimento de uma coisa e morte de outra. Alinharam-se na cozinha e um negro velho entoou uma ladainha. A sanfona adocicou o grave da caixa, a voz cobriu a casa com vibração esvoaçante. O mascarado deixava vazar dois olhos de tempestade, girava a cabeça de um lado para o outro, dava pulos no mesmo lugar. Ao fim da ladainha aninhou-se aos pés do sanfoneiro. Nico beijou a bandeira e a levou por todos os cômodos, batizando a casa.»
Sem comentários:
Enviar um comentário