15 de setembro de 2013

Nem sempre a lápis (393)

Longe do mundo
Outrora as estações tinham luz e cheiro. A cal apaziguava o granito
e a fruta antecipava o crepitar das searas nas eiras. O calor do pão e a embriaguez.

As azinheiras empalidecem na paisagem
como uma fotografia lançada ao vento.



A fome leveda sobre a mesa, coberta por um lençol. A farinha denuncia-lhe o trajecto,
amassado com movimentos sábios junto ao fogo. As chamas tendidas.

A água já não ferve na lareira
e a almotolia, a bilha, cheiram a palavras velhas.

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