24 de setembro de 2013

Nem sempre a lápis (396)

Longe do mundo

O gado assoma ao largo. Sacode o ar com a cauda e o olhar perscruta a fome. O frio das facas.
A bosta aquece a calçada, e enquanto o vapor se evola

as janelas fecham-se como um crime. Apagam-se as giestas.



Cheira a pão quente e a palha. O queijo amadurece na penumbra, e o sal escorre sobre as tábuas velhas. Estalactites domésticas.
Sobrevivência e artesanato.

Cheira a caça molhada
a pêlo de cão e cavalos suados: licor de chuva.

Sem comentários: