
Quando matámos (ou exilámos) Deus, matámo-nos também. Demos realmente por isso, na altura? Nem Deus, nem vida depois da morte, nem nós. Fizemos bem em matá-lo, é claro, ao nosso amigo imaginário de longa data. Também não íamos ter vida nenhuma depois da morte. Mas serrámos o ramo onde estávamos sentados. E a vista de lá, daquela altura – ainda que fosse uma vista ilusória – não era assim tão má.»
[Julian Barnes, Os níveis da vida; trad. Helena Cardoso, Quetzal, Novembro 2013]
[Julian Barnes, Os níveis da vida; trad. Helena Cardoso, Quetzal, Novembro 2013]
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