11 de julho de 2010

Nem sempre a lápis (54)

Duas mesas com duas cadeiras cada, ao longo do passeio em frente da minha. Vindo do meu lado esquerdo, surge um casal de meia-idade vestido para vir tomar café e apanhar o fresco de sexta-feira à noite. Ela senta-se na primeira cadeira da primeira mesa e ele puxa a segunda, da outra. Sentam-se e olham-se. Ele levanta-se, sem se desmanchar ou dar parte de fraco e, com ele na mão, aproxima-se da mesa da mulher: Esta tem cinzeiro.
Há muito tempo que não pedia uma esferográfica emprestada, precisamente para anotar uma observação tão francesa; como, por certo, a viria a considerar o editor Riba quando deu o salto para dentro de Dublinesca. Levanto-me, sem rumo certo, dou por mim no clube de vídeo a perguntar se têm Spider, de Cronenberg; tinham.

1 comentário:

Anónimo disse...

«Bic cristal preta doendo nas falangetas,
papel sobre a mesa,
a luz que vibra por cima,por baixo
a cadeira eléctrica que vibra,
e é isto:
electrocutado,luz sacudida no cabelo,
a beleza do corpo no centro da beleza do mundo:.....» H.H