18 de julho de 2010

Nem sempre a lápis (58)

Mas que bonito lápis verde que tiveram a atenção de me procurar na esplanada. Há cerca de um ano, recordo bem, calhou-me um Staedtler afiado às três pancadas que antecederam a entrada em cena de uma anotação de trabalho. «Caneta não serve?», ainda perguntou a empregada apontando-me (com o gerúndio da nacionalidade) uma horrorosa esferográfica. Mina macia, borracha – não uso; prefiro riscar a apagar, não arrisco – do lado oposto da cor bem disposta, única identificação do lápis anónimo; genérico. Se puder, dou-lhe a palmada; um lápis só atrapalha o serviço, uma esferográfica sempre é mais despachada. Levanto-me e esqueço-me, como esqueci a urgência que nos conduziu ao encontro um do outro e, possivelmente, era apenas esta; o lápis verde, macio à escrita, ao tacto acidental.

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