21 de julho de 2010

Nem sempre a lápis (60)

Parece fado – no sentido carpido do destino – ver como a geração que acaba de se lançar, em salto de anjo, para dentro da literatura, sabe ler um Ruy Belo, um Nuno Bragança, um Carlos de Oliveira, por exemplo, mas parece evitar os autores ainda (felizmente) vivos da mesma geração. Mas lá está, tal como Brendan ditou a quem lhe redigiu Nova Iorque, «Não há nada que me irrite mais do que essas pessoas que tentam rotular gerações de escritores, como se toda a escrita fosse produzida numa maternidade. Por amor de Deus, os escritores não vêm em gerações.» E eu acrescentaria; só os estorninhos vêm em bandos, abençoado Behan.
[ilustração: Topor, sans-titre, 1975]

Sem comentários: