26 de julho de 2010

Nem sempre a lápis (63)

Regresso esfalfado da expressão «tu, tem tento»; bem sei que também é muito corrente a versão ainda mais abrutalhada «tem-me», mas não é essa que me convém. Devo ter passado horas de olhos fechados, outras abertos, a ouvir o mar no cortinado, a desossar a ladina expressão nas mais inumeráveis situações sugeridas pela penumbra do quarto, sem espaço para reboliço. São quatro tês, um a seguir ao outro; um, dois, três, quatro. Julgo que terá sido a hesitação funambulista de quem procura atravessar uma ribeira, de pedra em pedra, a que esteve mais presente; sem descurar o derrube sequenciado das pedras de dominó sobre o tampo de mármore de uma mesa, o Lego da literatura.
Ao abrir o documento, reparei que não era substituído desde as 03:31 16-07-2010, praticamente à mesma hora; vista à distância, parece código de barras.

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