«Meti-me nesta viagem, nestas viagens, uma através do São Francisco e outra através da produção de um livro, com a intenção e a certeza quase de que no fim delas haveria de alcançar alguma noção mais precisa de um Brasil que mexe comigo desde que me sei gente. Pode ser que sim e pode ser que não. Mas recolho e atravesso, entretanto, tanta informação e tanta emoção, e vou-me apercebendo de tanta posição, e tão diversa, e tão fundamentada toda, por parte dos próprios brasileiros em relação ao que se me oferece, que o melhor mesmo, de momento e, quem sabe, talvez mesmo definitivamente, é não ceder à tentação de expor-me aos riscos de uma qualquer presunção analítica. Por um lado estou noutra. E pelo outro abundam por aí estudos e análises que permitem ver não só como o brasileiro encontra as suas saídas mas também como é que os estudiosos brasileiros de hoje interpretam, periodizam, avaliam e transportam até ao presente, até à sociedade de hoje, os desenvolvimentos, os efeitos e as consequências dessas saídas que encontram. Está tanto ao meu alcance como ao de qualquer um e remete, de facto a outras viagens, às tais viagens pelos livros. E nem sequer estou nessa de produzir mais sínteses de viagens feitas através dos livros dos outros e de papéis.»
[Ruy Duarte de Carvalho, Desmedida crónicas do Brasil, BI. 033, Fevereiro 2008]
1 comentário:
Somos uma floresta humana nem sempre tão tropical como dizem. Que há nascentes que congelam, rios que se perdem e animais que se empalham por livre e espontânea vontade.
beijo, fallorca.
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