3 de dezembro de 2011

Nem sempre a lápis (236)

É possível que estas recentes e continuadas deambulações de autocarro, tenham transportado Sam Shepard para o bolso do casacão de bombazina. Actualizei-o o ano passado na véspera da ida a Vila Real, de carro: I would prefer not to, esclarece o pin na lapela. É muito possível. Reli as primeiras Crónicas Americanas, contornando os poemas, também na véspera de ir ao Porto, mas não o abri durante a viagem. Nem no autocarro, com escala em Fátima; nem quando me deitei, sem o acordar. Era tarde e saboreava encontros e reencontros e um serão, no ambiente familiar do quarto na Lusitana. O terminal rodoviário de Sete Rios parece ter-se transformado numa rosa-dos-ventos com bilhetes para os destinos mais impensáveis e às horas mais improváveis. Percursos de três horas, à janela do lado da berma da estrada, com destino ao Sul. Pela primeira vez, que me lembre, deixei o telemóvel em casa.

2 comentários:

a. disse...

telemóvel esquecido e sam shepard no bolso parece-me um óptimo começo para uma viagem improvável.

fallorca disse...

É uma boa indiferença :)