Longe do mundo
2. É na curva da água que melhor reencontro a tua luz. Alfarroba ardente
com o açúcar disputado pela cal e as abelhas do meio-dia.
E basta nomear-te para o mar me arear as palavras, e o sol me devorar a vocação atónita.
Queria palavras novas, inventar uma outra linguagem para te perceber e celebrar.
Acreditava que o segredo estava nas palavras, e experimentei o corpo e o silêncio. Mas permanecias inacessível, confundindo-me a euforia dos gestos e o bulício da presença.
Um dia percebi que o teu olhar esvaziava as palavras
e dediquei-me ao horizonte. À febre.
1 comentário:
Isto é muito bom, Jorge. Nem é preciso dizer-lhe, sabe bem que é.
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