23 de agosto de 2013

Nem sempre a lápis 387)

Longe do mundo

7. Acerco-me da água como as aves: surpreendido e atento.
Tudo quanto me rodeia é novo e mais pesado que o ar.

Tábua de nódoas bramindo contra o vento
trespassado por um sopro.



As piteiras aquecem-me o caminho. Inscrevo a cada passo um percurso denunciado pelo pó, à medida que o horizonte recua.

Não me volto para trás, sei que as tábuas envelhecem sob a chuva.

[Longe do mundo, frenesi 2004]

2 comentários:

Ana Cristina Leonardo disse...

bonito, isto.

fallorca disse...

Está visto que tenho de te oferecer (trocar?) um :)